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Sistemas agroflorestais na aplicação do Código Florestal

Abrange: Santa Catarina

Iniciativa: Apremavi

Os Sistemas Agroflorestais (SAFs) são modelos que consorciam práticas agrícolas com o manejo sustentável de espécies florestais, que são plantadas junto com espécies de interesse agrícola. Sendo assim, o manejo das espécies ocorre de acordo com seu ciclo de vida, garantindo diversidade de espécies e um processo contínuo de sustentabilidade do ecossistema. Esses sistemas têm grande potencial tanto ambiental, como socioeconômico, por aliarem a conservação e a geração de renda de maneira sustentável, em detrimento das práticas de monocultura muito utilizadas na agricultura. Tendo em vista esse potencial, a Apremavi apoia a implantação de sistemas agroflorestais como uma solução para quem deseja tornar a propriedade rural mais sustentável, e empregar a metodologia aliada à restauração de áreas degradadas. Dessa forma, diversas iniciativas de implantação de SAFs foram feitas ao longo dos anos com o apoio e orientação da Apremavi. Além disso, áreas demonstrativas foram implantadas na propriedade do Centro Ambiental Jardim das Florestas, localizado no município de Atalanta (SC), e onde localiza-se a sede e o viveiro florestal da Apremavi. Essas áreas demonstrativas contribuem ambientalmente e são utilizadas como exemplos na educação ambiental, já que é possível ilustrar e comparar o desenvolvimento florestal ao longo do tempo, e demonstrar que é possível ter um retorno econômico com a implantação de um sistema agroflorestal. Um dos casos de sucesso apoiados pela Apremavi ocorreu entre 1964 e 1987, em que uma área consorciou as espécies araucária (Araucaria angustifolia) e o palmito-juçara (Euterpe edulis), que trazem o potencial de renda pela comercialização do pinhão, que possui mercado consumidor no Sul do Brasil, e pela comercialização e beneficiamento dos frutos do palmito. Primariamente, foram plantadas numa área de 2,5 ha as mudas de araucária, em 1964, e seguindo a disposição de 167 plantas por hectare, enquanto que, em 1987, foram plantadas as primeiras mudas de palmito-juçara, com densidade de 2.500 mudas por hectare. Por conta de uma parceria entre o WRI Brasil e a Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura, o caso de sucesso da Apremavi foi analisado entre 40 casos de atividades econômicas sustentáveis que utilizavam espécies nativas. A avaliação econômica feita dos projetos analisados pela iniciativa em 2021 mostraram que as taxas internas de retorno (TIR) dos investimentos variam de 2,5% a 28,4% ao ano, com mediana de 15,8%, e mais de 90% dos casos mostram TIR superior a 9%, o que é um percentual competitivo comparado a outras atividades agropecuárias. Sendo assim, é possível constatar que os SAFs têm grande potencial de renda para as pessoas envolvidas, além do grande benefício ambiental associado, com conservação da água, do solo e da biodiversidade associada.

Como contribui para a implementação do Código Florestal

A implantação de sistemas agroflorestais é uma maneira de aliar a restauração ecológica com a legislação ambiental. O Código Florestal permite atividades de baixo impacto em Áreas de Preservação Permanente e Reserva Legal, o que possibilita que SAFs possam ser utilizados nessas áreas. Sendo assim, os sistemas incentivam proprietários rurais a promoverem a restauração florestal, já que aliam os benefícios econômicos com a conservação dos ecossistemas. Muitas espécies nativas produzem frutos, folhas e outros componentes com potencial econômico, que quando extraídos de maneira sustentável garantem a perpetuidade dos processos naturais de um ecossistema. Além disso, os sistemas garantem maior biodiversidade e fluxo gênico entre espécies, tendo em vista a conectividade com outros remanescentes florestais, bem como a conservação dos solos, da água, e a manutenção dos processos ecológicos.

Duração: A implantação do sistema agroflorestal ocorreu entre 1964 e 1987.


Financiamento: Apremavi


Metas de redução de desmatamento: A iniciativa estimula a conservação dos ecossistemas naturais e a restauração de áreas degradadas por aliar os benefícios ambientais com os econômicos, o que estimula proprietários rurais a aderirem à prática e aumentar a cobertura florestal de suas propriedades.


Desafios enfrentados: Práticas de monocultivo predominantes na região; – Diálogo com proprietários rurais sobre novas práticas sustentáveis


Detalhes sobre podem ser acessados aqui.

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