PLANGEA Web

Teve início a partir da abordagem de priorização espacial que vêm desenvolvendo desde 2013, no escopo de diversos projetos, aprimorando a abordagem de priorização, até chegar no projeto TRADE Hub (projeto Centro de Comércio, Desenvolvimento e Meio Ambiente), que culminou na plataforma PLANGEA Web, sendo lançada em 2023. O Instituto Internacional para Sustentabilidade (IIS) tem uma abordagem forte de inteligência espacial e também com relação à elaboração, implementação e suporte às políticas públicas. A partir desta relação com o governo brasileiro e órgãos multilaterais, passaram a atuar com a abordagem da definição de áreas prioritárias para restauração, e depois expandiram para conservação de ecossistemas também.

A PLANGEA Web serve com uma plataforma interativa onde podem ser simulados diferentes cenários, para a definição de áreas prioritárias, considerando critérios como maior conservação da biodiversidade, para mitigação de mudanças climáticas ou redução da temperatura. Também é possível sobrepor os critérios, objetivos ou a porcentagem de área desejada. Há um mapa interativo onde podem ser visualizados estes resultados, sendo possível gerar estatísticas, estimar os benefícios para cada um dos critérios, comparar cenários, baixar dados para fazer análises posteriores, sobrepondo com outras camadas espaciais.

O objetivo é oferecer uma gama de soluções que possam auxiliar o planejamento da restauração ou conservação. Atualmente a plataforma abrange os critérios de: custos, carbono e biodiversidade. Mas o objetivo é aprimorar e incorporar mais critérios, refletindo o aprimoramento da abordagem. Há o planejamento de incluir outros critérios que já são trabalhados como socioeconômico e recursos hídricos, por exemplo. Além disso, existem resultados específicos para biomas, que estão públicos, mas ainda não foram inseridos na plataforma.

A plataforma é interessante devido às diferentes aplicabilidades e possibilidades de baixar os dados, possibilitando customizar os cenários de acordo com o objetivo. A aplicação prática, em campo (restauração no chão), apresenta desafios e fatores que o modelo não prevê. O fato de a plataforma fornecer um gradiente de áreas prioritárias, permite atender às necessidades e limitações da restauração no chão e na tomada de decisão, permitindo a flexibilidade de selecionar uma outra possível área para a restauração.

Como contribui para a implementação do Código Florestal

Através da inserção de dados provenientes de projetos desenvolvidos pelo IIS, em parceria com o Serviço Florestal Brasileiro e com o MMA na plataforma do SICAR, de modo que possam orientar os esforços de restauração e promover adequação ambiental, direcionar a aplicação de programas de PSA e mercado de carbono.

Duração: A iniciativa deve ser permanente, de forma que seja atualizada para incorporar novos resultados e aprimorar a plataforma.

Resultados alcançados: Já foram alcançados alguns resultados no âmbito de outros projetos, referentes a biomas específicos e áreas privadas, cujos dados já são públicos, mas não estão sintetizados nesta plataforma ainda.

Para solicitar dados os usuários devem fazer um cadastro na plataforma, o que permite observar que ela está alcançando diferentes públicos e finalidades.

Uma grande alcance foi poder contribuir com as novas metas de Kunming-Montreal, definidas a partir da abordagem de priorização da PLANGEA (gerou um artigo da Nature disponível na plataforma).

Recentemente iniciaram um projeto com o Instituto Clima e Sociedade e MMA, para atualização das áreas prioritárias para restauração em todos os biomas brasileiros, que serão anexadas ao PLANAVEG, que está sendo discutido neste momento.

PLANGEA é uma impulsionadora destes alcances.

Financiamento: Fundo de Pesquisa de Desafios Globais do órgão de Pesquisa e Inovação Britânico, financiou o projeto Centro de Comércio, Desenvolvimento e Meio Ambiente (UKRI GCRF Trade, Development and the Environment HUB – TRADE Hub, projeto número ES/S008160/1).

Metas de redução de desmatamento: É possível estimar metas na plataforma, de acordo com a porcentagem de áreas a serem restauradas e conservadas. O usuário escolhe qual a meta ele quer ver a solução espacial e de acordo com os benefícios para cada um dos critérios (biodiversidade, carbono e custos).

Espera-se gerar um gradiente de prioridade, para todas as áreas passíveis de restauração e conservação, e que possam ser observadas diferentes metas que podem ser quantificadas, o que permite maior flexibilidade diante de cada contexto.

No momento não há uma forma de monitoramento, mas já existem possibilidades de projetos futuros para que as metas seja sobrepostas com as áreas prioritárias, a fim de qualificar onde está acontecendo restauração no Brasil, e existem possíveis projetos futuros para este fim.

Já promoveram estratégias para monitorar as áreas onde está acontecendo restauração de fato, em atuações com setor privado, como, por exemplo, um estudo para a fundação Renova, que o IIS desenvolveu um estudo para identificar as áreas prioritárias, para a tomada de decisão, com os mesmos métodos utilizados na plataforma.

Desafios enfrentados:

Desafio técnico (relacionados com a abordagem em si): sempre ter bons dados, atualizados e disponíveis para uso, que representem cada variável dos modelos;
Desafios operacionais: dependem de serviços de terceiros para desenvolver e manter a plataforma, especialmente nestes casos de comparações e interação em tempo real, o que exige um bom desempenho da plataforma, envolvendo um alto custo;
Desafio financeiro: ter recurso para manter a plataforma funcionando e atualizada.

Oportunidades para implementação da iniciativa:

Com a revisão e atualização do PLANAVEG, surgiu a oportunidade de contribuir de forma significativa com a política ambiental brasileira, auxiliando a direcionar os esforços por meio dos bons resultados disponíveis;

Têm identificado a oportunidade de que a PLANGEA também funcione de forma aliada a outras plataformas já existentes, para gerar subsídio para um acompanhamento qualificado das metas de restauração, considerando o momento de incentivos à restauração no país, além do interesse do IIS na qualificação da vegetação secundária.

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